quarta-feira, setembro 17, 2008

Do sorriso


já alguma vez te disse
de quanto o teu sorriso me evoca a luz clara da alvorada?


não os poentes ocidentais
de amarelos pintados nas fachadas do casario
mas a serena luz
clara e fria das manhãs
que nos sulca a face
com a claridade azul de uma lágrima
e abre o peito à vida remoçada


entenderás agora
porque me afasto de ti
o justo espaço
do receio
de não caber dentro de mim
tanta luz
tanta ansiedade
este temor de romper
a solidão que me conforta?





Jorge Castro, in "Contra a Corrente"

14 comentários:

Teresa Durães disse...

sempre uma forma de fuga ao que não conhece

Mateso disse...

fria mas mais acutilasnte pot tal magoa...
Um belissimo poema.
Bj.

eduardo jai disse...

não conhecia...

uma noite BOA.
:)

*** Cris *** disse...

Adorei o que li, às vezes nos atrapalhamos com o novo e até fugimos, mas vale a pena encarar,mesmo com medo.
Gostei daqui, voltarei mais vezes.
Um abraço!
Vou nesa...

Pelos caminhos da vida. disse...

Parabéns por esse outro cantinho seu, perfeito.

beijooo.

tchi disse...

O sorriso vence.

luis lourenço disse...

Até o eu poético-vidente-precisa de solidão para que o trágico e o belo do Universo não cristalizem num abismo sem véu...vejo isso no poema que nos oferece...

com apreço

Lyra disse...

Apesar de todos necessitarmos de um "justo espaço de receio", a verdade é que quando os sentimentos são fortes é necessário muito pouco para provocar um sorriso e basta um sorriso para TUDO se tornar possível!

Um excelente fim de semana para ti.
Beijinhos e até breve.

;O)

Marinha de Allegue disse...

Luminosidade, sorriso na faciana.
:)

Unha aperta.

Mar Arável disse...

Deciosamente só

por prazer

mas desejo

nunca isolada

Não podemos fugir das sombras

para não desdizer a luz

ROSASIVENTOS disse...

dá-me essa língua mais audível, traz-me coisas simples - lavar, chuvar, aguar

[ assim...

Anônimo disse...

poema muito denso, e reflexivo. não o conhecia. belíssimo. meu abraço.

JPD disse...

Belíssimo poema.
(Não conhecia o Jorge Castro)
Bjs

Ilona Bastos disse...

Lindíssimo poema!