quinta-feira, março 27, 2008

Aos meus amigos


Disseram-me que, de manhã,
se ouve o Tejo todo,
e que as pessoas transportam em
si aquela imensidade vasta,
como quem é feito de História
e não sabe porquê

disseram-me que o tempo não
volta ao lugar onde nasceu, e
que os amigos que se perdem são
como o areal à volta da minha casa:

os retalhos, as migalhas, a presença
sempre ausente das águas em
combustão

e a sensação de que sempre foi assim,
com aquelas mesmas pessoas,
com aqueles mesmos rostos,
por dentro da História
e com o Tejo debaixo dos braços


Jorge Vicente


24 comentários:

Leonor C.. disse...

É verdade que o tempo não volta. Cabe-nos a nós guardar na memória o que o tempo nos deixou de bom e aguardarmos, com fé, o que o tempo futuro nos trará.

Beijinhos

HOJE E AMANHÃ

Mateso disse...

O tempo com tempo em nós ou outras vezes, o sem tempo de nós.
Beijo

ROSASIVENTOS disse...

porque nos lançamos no fogo errado?
porque assobiamos músicas impossíveis?

Kênia Garcia disse...

Há coisas que são tão certas, como o tempo não voltar atrás, mas também, faz parte da vidas, certas "perdas". O interessante é aprender com elas.

Beijos!

Anônimo disse...

o tempo é sempre presente. na eterna luta contra o esquecimento, a memória é essencial e está em cada detalhe que muitas vezes não percebemos, mas que, por certo, ainda estão dentro de nós e sempre estarão. gostei muito do texto. abraços.

vieira calado disse...

Gostei deste poema.
Obrigado pelas suas palavras no meu blog.
Um abraço

alexandrecastro disse...

o tempo...na sua inexorável caminhada!
beijinho

M. disse...

Que bonito!

Ana disse...

simples mas belo...
um abra�o!

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá Maria Laura, adorei o poema...
Bom fim de semana... Beijinhos de carinho,
Fernandinha

Irene Ermida disse...

Excelente escolha este poema!

Manuel Veiga disse...

"o tempo não volta ao lugar em que nasceu". é verdade. mas ganha sempre "novas qualidades".

gostei muito do poema. poeta brilhante de que não fazia ideia...

Secreta disse...

Não conhecia este poema , gostei :)
Beijito.

~pi disse...

belo ser

palavra



*

Lyra disse...

O tempo, esse passa, mas ficam-nos sempre (mais ou menos "coloridos") os retalhos...

;O)

Gi disse...

É. O Tejo ou qualquer outro rio por onde correm as memórias. Dos amigos, dos tempos idos ... nunca param. Acumulamos "momentos" nesse caudal e que rico é esse tempo !

Um beijo

Roberto Passos do Amaral Pereira disse...

Belos versos. Amei seu blog.

Roberto

Pedro Branco disse...

Rompe-se-nos o rio nos olhos e tudo se torna espelho...

Luna disse...

Talvez o tempo sirva para escrevermos o livro da nossa vida
beijinhos

Oliver Pickwick disse...

Magníficas estas fotografias, especialmente a que ilustra o post intitulado "Praia".
Beijos!

Germano Viana Xavier disse...

Maria, acho o tempo cubista demais para querermos a sua completude...

Texto bastante impactante...

Abraços, minha querida!

Germano
Aparece...

as velas ardem ate ao fim disse...

Disseram-me que, de manhã,
se ouve o Tejo todo...


Prometo que vou estar atenta e ouvir.

bjo

Rui disse...

Consigo ouvi-lo se fechar os olhos de certa maneira. Sorte a minha.

Joaquim Amândio Santos disse...

sem memórias agrilhoantes mas carregado de metáforas desejosas do que virá aí!