sábado, agosto 23, 2008

Explicação


O pensamento é triste; o amor insuficiente;
e eu quero sempre mais do que vem nos milagres.
Deixo que a terra me sustente:
guardo o resto para mais tarde.

Deus não fala comigo - e eu sei que me conhece.
A antigos ventos dei as lágrimas que tinha.
A estrela sobe, a estrela desce...
- espero a minha própria vinda.

(Navego pela memória
sem margens.

Alguém conta a minha história
e alguém mata os personagens.)


Cecília Meireles



11 comentários:

M. disse...

Muito belo, também este poema. E$ as fotografias, aqui e lá, cada vez melhores.

Mar Arável disse...

Como disse um dia

sem barcos nem ameias

Violeta disse...

gosto muito de Cecília Meireles...
Há muito tempo, tive um outro blogue em que publicava muita coisa da Cecília Meireles.
boa semana

Violeta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luna disse...

Temos altos e baixos mas a fé não podemos perder
beijinhos

JPD disse...

Olá M Laura

Neste espaço tem sido editada uma excelente antologia de autores portugueses.

Belíssimo trabalho

Bj

Oliver Pickwick disse...

Bela fotografia. A poesia de La Meireles não poderia encontrar melhor companhia.
Um beijo!

Lyra disse...

Bela fotografia emoldurada por tocantes palavras.

Adorei!

Beijinhos e até breve.

;O)

ROSASIVENTOS disse...

que o levasse
ao grande rio


e a seguir


o ondulasse
assim sem mar

((ali ficar




um nome havia
a meio leito


adormecido
gruta de peixe




água tecida
fio a pavio)

a murmurar



( às vezes com água-margens...)

Mateso disse...

Cecília M. e o sofrimento da alma.
Belo.
Bj.

Dan Vícola disse...

Ah, esta adorável Cecília!
Querida, preciso lhe dizer: seu blog me inspirou a fazer, também eu, um "álbum de recortes" dos meus poetas e autores preferidos. Chama-se "Horas Aveludadas". Era preciso que soubesses: veio desse seu cantinho a inspiração!
Beijo grande.