segunda-feira, novembro 19, 2007

sangue dentro e meu


levanta-se no ar
como fio de nuvens
ampla extensão
de extenuado vigor
vapor tão ofegante
sangue dentro e meu
cravado nos braços da terra
ave transparente
que de tão no ar expandida
de mim se afasta
de si mesmo liberta

Alberto Carneiro

Pudesse eu libertar-me de mim mesma! Expandir-me no ar e esquecer o que me liga à terra!

9 comentários:

Joana Roque Lino disse...

e seria um par de asas voando em liberdade... um beijo

un dress disse...

vida.

nas cataratas do sangue.........................




muito belo aqui:)

tchi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
tchi disse...

Dizes: «Pudesse eu libertar-me de mim mesma! Expandir-me no ar e esquecer o que me liga à terra!»

E talvez possas fazê-lo. Quiçá!
Importante é que vivas, o mais que possível, com todos os sabores, tons, aromas... E que possas ser o mais feliz possível.

Beijinho.

Melga do Porto disse...

Já acreditei mais que fosse possível.
Hoje quando o sinto, vejo que não sou mais que um papagaio de cordel.
Daqueles que vemos esvoaçar no ar, como se livres fossem.
No entanto, um cordel os prende e manobra a seu belo prazer.
Se resistimos e queremos nos libertar, acabamos “por terra”.
Mas enquanto estamos “lá em cima” é bom :)

O Profeta disse...

E assim se diz sublimes palavras...


Beijinho

carteiro disse...

não é fácil libertarmo-nos da nosso própria teia, podemos é procurar, pelos fios, outro caminho.
gostei muito da fotografia, adoro aquelas silhuetas que se recortam contra o céu.

jorge esteves disse...

No extremo mais alto da árvore, a face da folha toma a plenitude do sol ou da chuva; no entanto, da mesma árvore as raízes vão, fundas, na terra!...

abraço.

Manuel Veiga disse...

muito belo o que dizes. para além do poema.