
Metade frágil, metade prepotente.
Metade competente, metade insegura.
Metade segura, metade hesitante.
Metade divertida, metade melancólica.
Metade sol, metade lua.
Metade verso, metade reverso.
Metade do rosto. Metade da alma.
A outra metade perde-se no labirinto de mim própria, nos esconderijos que cavo dentro de mim, como grutas concêntricas nas quais ninguém penetra. Nem eu.
"A outra metade",Setembro 2006Sabes que não sou bem eu
perdida no nevoeiro.
Sou alguém que em si se dobra
desdobra
em camadas
pedaços do corpo inteiro.
Não sou eu
num todo exacto
quem hesita no caminho
como se em labirinto
fosse ele transformado.
É alguém a mim ligado
sem fio
nem arame de equilíbrio.
Talvez alguém desterrado
do seu país sentimento
ou só alguém deslocado
naquele dia
naquele momento.
Volto, sim
invento o sol
que me aquece os sentidos
e nos reflexos de mim
colo pedaços perdidos.
"País sentimento", Janeiro 2007[A Ana Sofia desafiou-me para qualquer coisa como resumir a minha vida. A minha vida é algo muito desinteressante para contar aqui. Mas podem ficar com duas coisas que escrevi sobre mim... E não passo esta "maldade" :-) a ninguém. Mas podem levar a ideia, se quiserem.]