terça-feira, fevereiro 26, 2008

Águas



Por vezes invoco águas que não são minhas,
mas delas não beberei, mesmo no pó.
Apenas o seu rumor,
que é a íntima voz duma eterna deriva,
ou a solidão das margens, erguidas ao alto,
me mata a sede.

São ardor discreto de sol nos seixos,
tremor de freixos,
esplendor secreto.

Manuel Filipe

Porque por vezes é demasiada a sede. E a urgência de frescura escorrendo nas mãos.




Actualização.

26 comentários:

M. disse...

Muito bonitas. As palavras dele e as tuas.

un dress disse...

como águas...aves...




muito.




beijO

Anônimo disse...

poesias densas, águas profundas e ao mesmo tempo rasas, que não oprimem as margens. belos textos. abraços.

Oliver Pickwick disse...

É um poeta sábio, saciou a sede sem tocar um único dedo nas águas.
Beijos!

P.S.: Bonito lugar, parece um lago. Bom para pescar, relaxar, conversar abobrinhas, contar casos engraçados. Ainda que não pesque um peixe sequer.

~pi disse...

águas e chamas: ardentes *

jorge esteves disse...

E a sede, por vezes, seca-nos a alma...

abraços!

maria josé quintela disse...

a água só à sede pertence.

.

um beijinho.

hfm disse...

belíssimo.

Rui Caetano disse...

As águas paradas trazem-nos a serenidade e abrem o campo da nossa visão ao horizonte lá no fundo onde termina a frescura da aragem.

Mar Arável disse...

Aves flamejantes

Anônimo disse...

Gostei do teu complemento ao texto... Completou-o :)

Da água o pó, do pó a lama, talvez seja melhor o sentido inverso.

Abraço!

LUA DE LOBOS disse...

conheci um Manuel Filipe, porfessor e artista plástico... será o mesmo?
que saudae das longas conversas trocadas e da análise certeira das minhas pinturas recomeçadas mais uma uma vez...
que saudade.
xi
maria de são pedro

as velas ardem ate ao fim disse...

Nao conhecia este poema.Belissimo.E tão vedadeiro.

bjo

Maria Dias disse...

...Água que nasce serena das fontes do mundo...Vida!

Bela escolha!

Abraços

Maria

JMPR disse...

Encontro-a nua, sempre fresca, aveludada, gentil e pura como especiaria rara, abundante e livre, caindo do céu, como a imagem que passa nestas páginas.

Pepe Luigi disse...

Maravilhoso texto poético que nos apela ao âmago dos nossos sentidos.

Um beijinho

CNS disse...

E urge sorver essa frescura que nos corre por entre as mãos que são feitas também de olhar

Joana Roque Lino disse...

a sede é demasiada... um beijo, Maria Laura.

Danielle Abadie disse...

Tenho estado um tanto quanto atarefada, mas não me esqueci deste cantigo tão querido por mim.. Vim desejar-te uma ótima semana.. E uma inspiração sem fim.. ^^


:)

T S disse...

adorei seu blog
convido vc para lusitana ilusao
espero que goste
voltarei
ts

Manuel Veiga disse...

ah, pois o excesso de sede!...
leva a derivas de águas insuspeitas!...

belo poema!

Sam disse...

Mais uma vez saio daqui saciado!
Gostei muito!

Bjosss!!!

via disse...

muito bonito!

Pandora disse...

Excelente poema...
mais uma vez deslumbras com os teus posts...
Beijinhos e bom fim de semana...

bettips disse...

Águas como espelhos de alma, quando o são: tal qual a foto e a poesia bela que escolheste.
Bj

Anônimo disse...

bebendo dessas boas águas.Lindo tudo aqui.