domingo, maio 11, 2008

Veredas



Nada sei dos caminhos da água,
e da sede da terra lembro pó,
as ervas secas
que levantam os meus passos.


Nada sei das veredas da planície
que se cruzam,
quando o Sol bate meio-dia.


Sei que nas areias, mortas, do deserto,
só o vento
vem fazer-me companhia,
e que, na longa secura da jornada,
um fio de água
me desperta a alegria.


Frescura fugidia,
quase nada...

Manuel Filipe

19 comentários:

Lyra disse...

A (bom) sabor da vida está exactamente em "quase nadas", de profunda frescura (ainda que fugidia) e em (muitos) fios de água
nos despertam a alegria.

Enquanto fores capaz de te alegrar com "quase nadas", tudo, mas tudo é possível, pois isso só prova que a essência da tua alma é grandiosa.

Beijinhos e até breve.

;O)

Manuel Veiga disse...

"Frescura fugidia,
quase nada..."

"quase nada" que é tudo, tantas vezes!...

belo.

Gi disse...

que beleza este poema

e o pouco às vezes é tanto ...


um beijo

tens o Selo Arte y Amistad para levantar no meu canto e uma pequena árvore em sinal de estima.

Mateso disse...

Belo o poema que aqui nos deixaste.
Beijo.

Fragmentos Betty Martins disse...

querida______________Laura




.na




beleza




.frescura.tanta





num





poema_____...








beijO_____C_____carinhO

bSemana

as velas ardem ate ao fim disse...

Quase nada.
Talvez tudo!

um bjo

Pedro Branco disse...

Sei dos meus passos na terra pisada
Nos gritos da história mais que contada
Por entre os segredos da madrugada
Que em nós nunca se faz estrada...

Sei dos meus passos na sombra quente
Nas voltas dos tempos, no fogo ardente
Por entre cada poro da nossa gente
Que em nós se diz presente...

Sei do verso no passo mais que inseguro
Nas correntes da inquitação e do futuro
Por entre o rosto de um amor puro
Que em nós se consome e eu não seguro...

Anônimo disse...

minha amiga, a flor do silêncio é um lindo poema.
Mesmo com quase nada, para tí é tudo.
lindo poema e muito iluminada a poetisa.
beijos e fim de se,mana com muita paz e amor em seu coração.
obrigado pela visita ao meu blog.


Regina Coeli Deusaodoya.
eijos e volte sempre amiga.

hfm disse...

Afinal sabe muito desde que escreve o último verso e, sobretudo, sabe de poésis.

Lyra disse...

Hoje estou muito bem disposta, por isso quero partilhar esta emoção deixando aqui um grande beijinho. Quero desejar-te uma excelente semana e agradecer as palavras e amizade que tens depositado no meu...caos.

Até breve!

;O)

Anônimo disse...

Um quase nada quase tudo.
Bonito poema.
Beijito.

Mar Arável disse...

Quase tanto

Auréola Branca disse...

O que adianta esta ventania cá fora... Se, há um imenso calor desesperado de amar, cá dentro?
Solidão...
Muito bom.

bettips disse...

Nada sei - hoje - das cidades
senão as sombras.
Sempre basta um pequeno fio de esperança-água, alguém que o seja transfigurado.
Bjinhos

Oliver Pickwick disse...

Um caminho de roça! Há tempos não vejo um destes. Saudosas veredas dos dias de férias na fazenda. Bons tempos.
Um beijo!

~pi disse...

quase nada tudo quase

tudo

nada



~

Germano Viana Xavier disse...

Maria, são esses "quase nadas", leitmotiv dos poemas de um poeta que gosto muito, o Manoel de Barros, que realmente interferem em nossas vidas e nos mudam e nos transformam.

Eu acredito no ínfimo, no fazer pequeno para mudar o mundo. Não precisa de tanto estardalhaço, basta o cabível.

Abraços de sempre.

Germano
Aparece...

Sam disse...

"...na longa secura da jornada,
um fio de água me desperta a alegria."

E a paz que sempre encontro aqui.

Bjosss!!!

ROSASIVENTOS disse...

que invenção podem ser os meus dedos nos teus nos meus dedos